G1 – Marcos Valério está disposto a fazer delação na Lava Jato, diz advogado

Valério foi condenado a 37 anos de prisão no processo do mensalão do PT.
PGR quer descobrir elos entre o mensalão e o esquema na Petrobras.

Marcos Valério em depoimento à CPI dos Correios,
em 2005 (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)

A defesa de Marcos Valério, apontado no julgamento do mensalão do PT como o operador do esquema, informou nesta segunda-feira (11) que ele está disposto a fazer um acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. Segundo o advogado Marcelo Leonardo, o Ministério Público Federal (MPF) quer ouvi-lo para descobrir elos entre o mensalão e o esquema investigado na Lava Jato.

Marcelo Leonardo informou que foi procurado por procuradores do MPF que manifestaram interesse em ouvir Valério sobre um empréstimo  de R$ 12 milhões que o pecuarista José Carlos Bumlai pegou no banco Schahin. Parte do dinheiro, depois, foi para caixa 2 do PT, segundo o Ministério Público Federal. Bumlai foi preso pela Lava Jato no final de 2015.

 

Em troca deste financiamento, empresas do grupo Schahin conquistaram sem licitação o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, conforme as investigações.

Segundo o advogado, Valério havia contado sobre o empréstimo em um depoimento dado em 2012, mas o fato não foi apurado à época. Com o avanço das investigações da Lava Jato, disse, a Procuradoria Geral da República quer ouvir Marcos Valério para tentar encontrar vínculos entre os dois esquemas de corrupção.

“Estive com ele [Marcos Valério;, conversel e ele disse: ‘assim como colaborei em outras ocasiões, estou disposto a colaborar. Mas agora quero a contrapartida objetiva, não posso colaborar sem ter nenhum benefício de volta'”, disse o advogado.

“Se o Ministério Púlbico Federal se dispuser a oferecer as contrapartidas objetivas da delação premiada, ele está disposto a colaborar”, complementou.

Valério, condenado a 37 anos de cadeia, está preso desde 2013 em regime fechado. Ele já havia proposto delação premiada para a Procuradoria-Geral da República. À época, o julgamento do mensalão estava em curso e a Operação Lava Jato ainda não havia sido deflagrada.

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